Loft

A vida e as vantagens de um loft no Chelsea

Os ricos achados de design em NY

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Mudei o meu conceito de viver”, conta o empresário e designer paulista Houssein Jarouche, que mora num apartamentão em São Paulo – 300m², nos Jardins –, mas descobriu no seu “canto em Nova York” o que um downsizing no estilo de vida é capaz de promover. “Eu me sinto bem melhor aqui, aproveito mais do que a minha casa em São Paulo. Tenho o suficiente, tudo à mão – e essa sensação é muito boa”, diz ele. O espaço nova-iorquino tem 87 m², que englobam quarto, cozinha e estar em um mesmo ambiente. Fica localizado no bairro do Chelsea, centro das galerias de arte de Manhattan, razão para Houssein ter escolhido se instalar ali. Dono da loja Micasa, referência paulistana de design contemporâneo, ele viaja quatro vezes por ano à metrópole. Com um pied-à-terre, “você sente mais a cidade, se sente mais parte dela”, conta o empresário.

Houssein comprou o imóvel há três anos, fez uma reforma total e, de lá para cá, foi montando o espaço. “Sempre que ia, mexia em alguma coisa, tirava ou acrescentava algo. Tenho essa mania de mudar constantemente os lugares onde vivo. É um pouco como uma terapia para mim.” E a cidade colabora com esse “tratamento”, oferecendo tudo de imaginável: de lâmpadas especiais às placas antigas de latão (coletadas uma a uma), que formam um patchwork, no teto, de padronagens em tons de branco. A Home Depot “é o meu Playcenter”, afirma Houssein, sobre a loja de departamento americana que lembra uma Leroy Merlin potencializada.

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Todo o mobiliário e os objetos do loft, grande parte old design, são resultado do garimpofeito em brechós e mercados de pulgas do Brooklyn por uma dupla de experts nessa tarefa: Houssein e sua amiga Ana Strumpf, designer de interiores e de produtos. Ana levou um olhar mais romântico, mais feminino ao local. Um exemplo escancarado é o conjunto de 12 pequenos pendentes adquiridos na loja de John Derian, reunidos por ela para compor o sistema de luminárias projetado por ele. O lado artsy e radical do décor fica por conta de obras de artistas renomados, como Alex Katz, James Rosenquist e Damien Hirst, e das taxidermias (alce, cervo, raposa, urso, num total de oito cabeças penduradas, mais o lobo que virou tapete), das quais ele tanto gosta e que são facilmente encontradas em Nova York – com documentos provando que os animais silvestres morreram de morte natural, lembra ele.

Uma das paredes do loft é só janela, uma abertura generosa ocupando quase toda a altura dos 3,5 m de pé-direito e que garante luz intensa e constante. A vista desse janelão dá para uma praça. Outra parede é tomada por uma estante onde ficam seus gadgets, instrumentos de trabalho, livros (muitos de Andy Warhol, um ícone dessa metrópole). Toda de ferro, com prateleiras de mármore grafite e fundo de madeira manchada pelo tempo, a peça dá um ar de oficina ao espaço. Lá estão as fitas adesivas que Houssein usa em suas intervenções artísticas, como o painel megacolorido na cozinha, sobre a porta de vidro do armário. “A ideia do uso das fitas era fazer a cozinha ‘desaparecer’ no ambiente”, diz ele. Um dos poucos elementos atuais do loft é a bicicleta. Embora aparente ser meramente decorativa, reproduzindo um modelo retrô, ela roda pela cidade como morador. “Faço aqui o que eu não faço em São Paulo: andar de metrô, a pé, de bicicleta.” Além de “morar pequeno”.

* Matéria publicada em Casa Vogue #345 (assinantes têm acesso à edição digital da revista).

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